Apresentação para VI SEMINÁRIO DE PRÁTICAS DO MESTRADO PROFISSIONAL EM EDUCAÇÃO: FORMAÇÃO DE FORMADORES na PUC São Paulo, dia 12 de setembro de 2023.
Material que apresentei na Aula sobre Tecnologias na Educação segundo os editais dos concursos abertos para Professor de Fundamental 1 e 2. Curso comunitário organizado pelo Coletivo Paulo Freire.
https://docs.google.com/presentation/d/1lP6RnIjF_vqPv7TAzpr3yWxzQlDZh1ERlqaYyViKCKE/
Como Edu-Comunicar na Gestão Escolar
Apresentação mostrada primeiro no evento SEMINÁRIO DA GESTÃO ESCOLAR da DRE Pirituba no CEU Pera Marmelo dia 25/10/2022.
Seminário online promovido pelo Núcleo de Educomunicação da Prefeitura de São Paulo em parceria com a ABPEducom (associação brasileira de educomunicadores)
Dia das Professoras e Professores em 2020
15 de Outubro é dia das Professoras e dos Professores.
Em 2020 não será como gostaríamos que fosse. Não conseguimos cumprir nenhum dos nossos projetos, nossos planejamentos. E nós educadores gostamos tanto de projetos e planejamentos. Porque nossa sociedade precisa disso. Mais do que nunca: novos projetos de país, novos projetos de cidade, novos projetos que promovam a aprendizagem em todos os sentidos: lógico, motor, artístico, ético… Acreditamos nisso e não vamos desistir tão fácil.
O ano tem sido muito difícil para todos e todas, para alguns muito triste com perdas irrecuperáveis. Mas o trabalho essencial da escola, que é a aprendizagem, vamos recuperar sim. Com calma. No devido tempo. Com o adequado planejamento. “Temos todo o tempo do mundo”*
Quando pudermos nos reunir em segurança, vamos festejar e nos ajudarmos a superar nossas dores. Tenho certeza que nossa escola voltará muito mais unida e dedicada após todo esse processo. Por enquanto calma.
Continuamos estudando sempre e provocando nossos alunos a estudarem sempre. Nossa profissão é uma da mais instigantes pois promovemos o futuro.
Fabio Rogerio
*Tempo Perdido, música da Legião Urbana.
“Tudo que os livros me ensinassem os espinheiros já me ensinaram
tudo que nos livros eu aprendesse nas fontes eu aprendera.
O saber não vem das fontes?”
Manoel de Barros, cantigas por um passarinho à toa.
Aquilombar a escola
Aqui continuo discussão iniciada no artigo “Ser Diretor de Escola…“, adaptando anotações que fiz para a 5a aula live do Curso Educação Integral em Tempos de Pandemia, promovido pela Escola do Parlamento, com tema Escuta e estreitamento de vínculos com as famílias: novos saberes em cena
com as colegas Paula Mangolin de Barros e Regina Cola Rodrigues e apresentação de Silvia Carvalho.
Para escurecer as ideias e relativizar as escutas e leituras.
Nesse momento de urgências, no meio de uma Pandemia que ainda deve perdurar, o vínculo em muitas escolas se fez com campanhas de socorro emergencial, com coleta e distribuição de cestas básicas. Na minha escola EMEF Professor Luiz David Sobrinho isso foi organizado pela professora de informática Fernanda Prado. Um esforço coletivo enorme para garantir o básico: que as crianças e suas famílias tenham saúde e possam voltar. Muitas escolas estão nesse mesmo movimento e só após dois, três meses a Prefeitura começou a endossar e apoiar enviando também cestas básicas para as escolas. Isso já foi destacado nas aulas lives anteriores desse curso citado, que tive o prazer de acompanhar. Estão sendo excelentes as discussões.
Com essa mesma visão de garantir o básico aceitamos usar o recurso GOOGLE CLASSROOM para propor atividades de estudo remoto, para que os alunos mantenham sua saúde mental e não esqueçam o que já aprenderam. Para ajudar as famílias. Apesar do grande problema de acesso, já que nem todos possuem internet e mesmo os que possuem às vezes só têm um aparelho celular disponível para uso de várias pessoas.
Foi melhorada a comunicação pela internet, usando principalmente Facebook e WhatsApp. Esse processo está muito avançado em algumas escolas, em outras está iniciando agora. Na minha escola já acontecia de forma ampla com o Facebook e agora estamos ampliando com uso do WhatsApp, que é mais acessível e está se consolidando como o aplicativo que faz tudo e mais um pouco. Essencialmente não importa o MEIO, mas é preciso que haja comunicação.
E após a Pandemia – após o fim da Quarentena – não devemos esquecer isso. Nem sempre é possível a participação presencial de todos os interessados. A escola precisa manter esses diálogos por outros meios e deixar o mais divulgado e transparente possível seus registros de que essas conversas estão acontecendo e o que foi decidido. Na escola Luiz David continuamos fazendo Reuniões do Conselho de Escola (quatro até o momento) durante a Quarentena, usando o aplicativo Google Meet e tentamos manter contato com as famílias.
Cito aqui algumas instâncias de organização dentro da escola:
O Grêmio Escolar deve ter uma ação efetiva. Que é prática sim, organizando o intervalo, promovendo brincadeiras, esportes, leitura e eventos. Isso acontecia muito na minha escola Luiz David antes da Quarentena. Mas é também uma ação política, envolvendo por exemplo debates sobre temas importantes no momento e eleição das chapas, para que os alunos escolham livremente qual preferem – mas sempre: isso não desqualifica as chapas derrotadas, que podem continuar participando no processo e ajudam a chapa vencedora. Isso já é uma tradição na minha escola, iniciada a mais de 10 anos graças à teimosia e esforço do professor de educação física Adenildo Pereira, que acredita muito no potencial desse aprendizado que ocorre fora da sala de aula. Nos últimos anos tem sido muito auxiliado pelo professor de geografia Raphael Paulino e desde sempre, em cada ano, o Grêmio é liberado por diferentes grupos de alunos. O atuak é liberado pela aluna Maria Eduarda, que participou comigo e a aluna Sara em uma live no canal Vaza Falsiane sobre famílias e Fake News.
Projeto Político Pedagógico – PPP com visão clara e em constante atualização. Atualização essa feita sempre em conjunto com o Regimento Escolar – para a próxima atualização do Regimento, por exemplo, queremos inserir discussão sobre padronização de protocolos de segurança de dados e os prazos em que cada solicitação pode ser atendida, em situação normal ou situação de emergência (só para citar dois exemplos bem comuns, declaração de matrícula e emissão de Histórico Escolar).
Essa visão do que a escola realmente quer deve transparecer nos projetos e eventos da escola. Na minha escola cito como exemplo o trabalho que tem sido desenvolvido nos últimos anos na Festa Junina que virou um festival multicultural brasileiro, no Dia da Feira Cultural (sempre um Sábado dia da família na escola, geralmente em setembro ou novembro), na Semana do Estudante (que virou projeto de lei de Parlamento Jovem da nossa aluna Mayara, acontece sempre em Agosto) e a Semana Dandara de cultura, arte e beleza afrobrasileira, que aconteceu nos últimos dois anos em novembro.
Em tudo isso – destaco a Importância do Planejamento,
Busco aqui referências em *Luckesi, Cipriano: planejar envolve reflexão sobre a prática, precisa revelar o que está oculto e ter clara dimensão política. É uma ação que envolve técnica e ciência sem se reduzir a apenas isso.
*Libâneo, Oliveira: planejamento precisa estar articulado com a problemática social. Nunca se deve esquecer quem é o público da escola pública de periferia e os problemas que esse público enfrenta, e não devemos menosprezar as limitações econômicas que a escola possui, ao mesmo tempo devemos exigir mais recursos para fazermos o máximo possível. E eu sei que podemos fazer mais.
Fusari, José: Planejamento é uma ação de conjunto e precisa ser direcionada para a democratização do ensino. Sempre. Ou seja, tem clara dimensão política-Social. É José Fusari quem costuma dizer que sempre se deve perguntar o porquê ensinar. Inclusive tem um desses livros famosos, meio de gestão meio auto ajuda que fala isso, né. Comece pelo porquê.
Nesse breve levantamento para lembrar algumas referências usei a autora *Heloisa Lück, que em seu livro “Planejamento em Orientação Educacional” diz: “Planejamento representa impregnar o presente de uma visão de futuro possível e modelizar as condições para realizar essa visão”. Destacar essa palavra: modelizar. Criar modelos.
Compreender a situação em que se está (levantar o máximo de dados possíveis e atuais)
Decidir em coletivo o que se quer mudar (o que precisa ser alcançado)
Organizar ação, se essa ação é coletiva é preciso decidir o que cada parte irá fazer e quando, com quanto prazo, com quais recursos.
Com esse planejamento se busca EFICIÊNCIA / PRECISÃO / RESULTADOS mensuráveis. Mas isso não tem sentido se não miramos o objetivo da TRANSFORMAÇÃO. Pelo ponto que acredito, a transformação buscando igualdade de oportunidades e respeito para todos e todas.
Continuando essa reflexão sobre planejamento, precisamos destacar a importância da equipe de Coordenação Pedagógica e Assistentes de Direção e Secretaria em Geral.
Cito aqui minha equipe por ser minha base e ser muito importante: Juliana, Bete, Glória, Mariana e Cintia.
Como bem disse a Paula Mangolin, só é possível uma escuta qualificada da comunidade tendo uma equipe qualificada, que tem um olhar sensível e muita vontade de trabalhar pelo coletivo.
Além de dividir tarefas e trabalhar em conjunto, a equipe precisa ser de interlocutores críticos, que tragam novas ideias para a escola, não aceitem as coisas como são, mas sempre perguntem como pode ser.
A chamada Gestão Democrática precisa de um “gestor” que deve ter uma equipe gestora coesa – e como equipe deve sempre se dispor a escutar atentamente as diversas vozes da escola e fazer a mediação ativa dos constantes conflitos que surgem. – Não da pra ser só “UM gestor”. Isso é impossível. Apesar de ser só de um indivíduo a responsabilidade legal pela escola, é preciso que essa gestão seja de uma equipe.
Também não é possível CALAR um segmento ou parte de um grupo, mesmo que sua fala seja errada. E acredite, há muitas falas erradíssimas na escola, tanto por responsáveis de alunos quanto por professores mesmo. É tentador ser autoritário e calar essas falas simplesmente, mas isso sempre tem volta contra o grupo. É preciso ouvir, dialogar e “água mole em pedra dura” convencer. E não adianta vencer pelo voto, porque essas partes não se sentirão obrigadas a seguir a orientação se perderem. Às vezes usamos esse recurso do voto simplesmente, mas A construção desse consenso, apesar de lenta e difícil, é o que deve ser buscado. Mesmo que seja o mínimo denominador comum. Ou seja, às vezes a gente cede e faz o que o grupo quer, mas aos poucos inserindo as novas ideias. Esse é um jeito do diálogo africano, que voltarei a comentar mais pra frente nessa minha fala inicial. Não significa que é o que fazemos sempre, mas é com certeza o que devemos buscar.
- O diretor ou A diretora e sua equipe gestora não fazem tudo.
Quem faz acontecer é o Coletivo. Por isso é preciso ter gestão democrática.
Mas esse acontecer precisa ser organizado e respaldado o tempo todo. É para isso que a equipe gestora precisa ter uma VISÃO CLARA do que realmente quer que aconteça e explicar essa visão para todo coletivo sempre que precisar.
- A Comunidade Escolar precisa participar dessa visão (aqui nem sempre comunidade escolar será entendido igual ou sinônimo de coletivo, mas pode vir a ser. Na prática apenas uma parte da Comunidade faz parte ativa do Coletivo).
Escutar os alunos, suas mães, pais, irmãos mais velhos, ex-alunos, vizinhos, comércio vizinho… é essencial. E se a comunidade ainda não sabe o que QUER, precisa construir isso ao lado da Escola. Juntos. Eu acredito nisso. Precisa descobrir o “Por que”, como diz Fusari. A comunidade precisa descobrir quais serão seus objetivos com a escola também. Como disse a Marilia numa das aulas lives aqui, a escola precisa ser um centro de liderança em sua comunidade.
Quero aproveitar para citar aqui, nessa rara oportunidade, o militante e estudioso *Abdias Nascimento. Ele denunciava o “genocídio do negro brasileiro”(nome de um de seus livros, que pode dialogar com o conceito mais recente de #NECROPOLÍTICA de *Achille Mbembe), mas Abdias também tem uma proposta construtiva com seu conceito cientificamente construído de #QUILOMBISMO.
Quilombismo se caracteriza por ser “formas associativas” visando o auxílio mútuo. Pode ser inclusive: igrejas, grupos beneficentes, clubes, rodas de capoeira, pequenas empresas ou escolas comuns, como as nossas.
Abdias Nascimento deixa claro que o #Quilombo não significa escravizado fugido, “Quilombo quer dizer reunião fraterna e livre, solidariedade, convivência, comunhão existencial”(cito da página 226 de seu livro O Quilombismo).
A escola talvez tenha problemas com esse conceito renascido porque precisa respeitar a organização legal de padrão eurocêntrico e temos nossas próprias regras como órgão público regulamentado, mas boa parte da nossa comunidade como ex-alunos e a maioria dos pais, mães e responsáveis, que não fazem parte da APM- associação de pais e mestres e do Conselho de Escola, não cabem nesses limites legais.
Mas continuam fazendo parte do grande grupo Escola.
Como costumo dizer, a escola também é o prédio com todos os seus problemas estruturais e seus funcionários diretos e obrigações legais e colaboradores terceirizados, mas a Escola existe além do prédio. É uma instituição que não pode ser resumida. Muitas vezes a única referência de presença estatal ao qual boa parte da população pode recorrer é a Escola.
Mas a Escola também pode ser esse novo quilombo, um polo de resistência contra o genocídio do povo negro, promotor da igualdade social, defensor dos direitos humanos, educador da igualdade de tratamento, divulgadora das ciências, criadora de artes e culturas, abridora de novos horizontes… Isso só é possível com gestão democrática e voz ativa da comunidade.
Aliás, em tempo, concordo com o Claudio Marques Neto da aula live de 23/07/2020. Precisamos voltar a Paulo Freire. Lutar por uma educação igualitária.
O professor Silvio Almeida disse no Roda Viva HISTÓRICO e cito aqui: “Movimento negro é a solidariedade nas favelas, são as escolas de samba e os terreiros“. E muito dessa filosofia de trabalho, baseada na herança africana e nas redes de solidariedade já está dentro das escolas públicas e isso deve ser alimentado ainda mais para ser um efetivo instrumento pela igualdade. Precisamos de um QUILOMBO em cada escola pública.
Íntegra na aula debate, que foi ao vivo (live) pelo Facebook, está também disponível no canal do Fórum De Educação Integral Cidade Educadora no Youtube:
Atualização de artigo originalmente publicado no blog http://educomusp.worpdress.com . Versão publicada no ebook Práticas Educomunicativas disponível em http://abpeducom.org.br/publicacoes/index.php/portal/catalog/book/24
Livro editado por Bruno Gerônymo Fellippe onde consta um artigo sobre gestão escolar escrito por mim adaptado de um post desse mesmo blog.
Existem muitas formas de trabalhar a Lei 10.639/03. O ideal é que o ensino sobre a história do nosso povo negro e cultura africana e afro-brasileira permeie todas as disciplinas durante todo o período letivo. Mas abordar esse tema tão importante de forma construtiva, sem reforçar estereótipos e realmente combatendo preconceitos exige uma formação complexa e libertadora, para usar os termos de Edgar Morin e Paulo Freire, à qual nem sempre nós professores tivemos acesso na nossa formação inicial. Portanto trabalhar a formação contínua dos professores e demais funcionários da escola nesse sentido é essencial. Por isso, e pelo pedido de uma mãe de aluno na nosso Conselho de Escola, achamos importante criar um grande evento de celebração da nossa cultura afrodescendente, que também seria um espaço de formação para os educadores e especial para os alunos. Esse evento foi planejado para acontecer antes ou depois da tradicional Semana de Consciência Negra e do dia de Zumbi, onde as pessoas mais envolvidas com a temática costumam estar com a agenda cheia, e o chamamos de SEMANA DANDARA de Arte, Cultura, Beleza e Consciência Negra, remetendo a discussões que fizemos durante todo ano de 2017 e 2018 sobre empoderamento feminino e promoção da igualdade.
A Imprensa Jovem Jornal LDS, com coordenação dos professores Tarcísio Tatá, Cacá Saffiotti e Fabio Rodrigues fez o registro do evento de forma educomunicativa na sua edição número 7, com todas as perguntas e captações sendo feitas pelos alunos durante o evento e a edição sendo feita pelo professor de língua portuguesa Tarcísio, que ensina os alunos sobre roteiro, edição de texto, construção de pauta… mas não tem nenhuma formação técnica específica sobre edição de vídeo e jornalismo. É uma produção livre, espontânea, que consegue captar bem a riqueza que foi essa semana de intensa discussão e apreciação da cultura negra. Como comentou a professora Grácia Lopes de Lima, referência em educomunicação: “Está aí, nesse post, uma ilustração de uma das grandes possibilidades de formação para a comunicação comunitária e de comunicadores locais. Quantas vezes os adolescentes já não terão acessado esse vídeo e analisado o jeito com que falam com os entrevistados e com os espectadores?! Entendemos que esse é o melhor caminho para descolarem dos modelos de jornalistas e de noticiários das grandes corporações!“
Complementando esse ótimo vídeo, segue breve registro de todos os palestrantes, professores, especialistas, artistas que compareceram na escola nessa semana e mesmo depois, mas participando da mesma discussão.
A equipe dos alunos Naomi Brito, Kayky Santana e Camili Gama apresentação o vídeo-carta SOU PRETO (clique para assistir), feito em 2017 com orientação do professor Fabio Rodrigues de Artes. Ao ser apresentado em exposição na ETEC JARAGUÁ em 2018 esse vídeo foi premiado como melhor apresentação áudiovisual.
Elis Santana, professora, mãe da Naomi, contou histórias africanas nas salas de Fundamental 1. Na foto/vídeo acima ela aparece com roupas africanas.
Na abertura também todos assistiram o clipe aula com a música Zumbi de Jorge Ben: https://youtu.be/qFoOgKONIHY
No laboratório de informática os alunos pesquisaram sobre fake news, cultura maker e sobre cultura afro-brasileira, como mostra o jornal mural painel montado pelas poies (professoras orientadoras de informática educativa), Fernanda Prado e Priscila.
Vários professores também orientaram pesquisas e produção de cartazes, antes, durante e após o evento.
Vários alunos também participaram de oficinas de abayomi.
Maurício “Virgulino” Silva, da ECA / USP, fez a oficina de fotografia a partir de leituras Dandaras em Prosa e Verso. Registro dos textos e algumas fotos dos alunos nessa apresentação montada pelo Maurício:
Patricia Rosa Donato da EMEF Jairo de Almeida falou sobre história e beleza de África, desconstruindo estereótipos.
Nobu Chinen falou sobre a presença negra nos quadrinhos, tanto como personagens quanto como autores; e sorteou os livros Jeremias Pele, Carolina e Cumbe. Na foto, Kayke foi um dos ganhadores.
Silvania Francisca de Jesus do CIEJA Perus contou a história de Chico Rei no período manhã.
Laércio Quintino da EMEF Jairo de Almeida falou sobre Hábitos Alimentares em África e a Cultura Vegana.
Joyce Suellen Lopes Dias falou sobre Racismo Institucional, democracia racial e silenciamento da dor com os professores e fez leitura crítica de imagens com os alunos.
Daniel Pereira, do setor de comunicação da SME – Secretaria Municipal de Educação, falou sobre preconceito e relações etnico-raciais.
João Nazareth Jr. do Sinpeem falou sobre Racismo Institucional.
O empreendedor social Willian André e seu irmão o poeta Wesley MP, aluno da EMEF Badra, brilharam na abertura da Semana Dandara, falando sobre empoderamento e recitando poemas.
Também na abertura da semana teve oficina de turbantes e relatos de experiência com as professoras Carla Correia, Alessandra Brasil, Marlene Mendes e a ATE Tereza Froes, gentilmente liberadas pela escola EMEF Nany Benute.
Tivemos o privilégio de receber no fechamento do evento o grupo musical Canto de Resistência, representado por Francisco Inácio, diretor da escola emef Irene Garcia e Guiniver, professora do CIEJA Perus.
Douglas “Dodô” Calixto, jornalista e pesquisador do NCE / USP também visitou nossa escola e falou um pouco com os alunos.
Grupo The Black das nossas alunas Karen, Evelyn, Ana Julia e Leticia do 9o ano dançaram a música Dona de Mim da Iza mixada com recital de trechos do poema Gritaram-me Negra da Victoria Santa Cruz no fechamento da Semana, período manhã. https://youtu.be/FnGfgb_YNE8
Grupo Street Jairo da escola EMEF Jairo de Almeida, campeão do SUSDANCE 2018 fez o fechamento do evento. Vieram acompanhados pela professora poie Elaine Martins, educomunicadora, que também foi professora do Willian André.
Aconteceu após a Semana, mas merece registro junto por estar integrado na mesma temática a apresentação teatral do grupo FUXICO: A Batalha dos Encantados.
E a apresentação do escritor Israel Neto Réu do Coletivo Literatura Suburbana na nossa Jeif, falando sobre seu livro Amor Banto em Terras Brasileiras.
Vejam mais fotos e trechos de vídeo do evento SEMANA DANDARA 2018 nesse ÁLBUM COMPARTILHADO.
O Jornal LDS e sua edição 6
Conforme release que copio a seguir, escrito pelo colega professor de língua portuguesa, Tarcisio Tadeu Mendonça da Silva, canal no Youtube: @proftata1
A ideia inicial do projeto foi desenvolver nos estudantes uma visão crítica acerca do que é exposto pela mídia escrita e televisiva. Jornais escritos de grande circulação e telejornais foram analisados com a intenção de desconstruir a manipulação feita por meio da linguagem e seleção das informações que eram veiculadas.
Já repertoriados, partimos para a produção de um telejornal – o JORNAL LDS – que retratasse a realidade do bairro, dentro de suas carências e limitações. Os alunos partiram, então, para o estudo de campo, entrevistando pessoas que moravam no entorno da escola. Com a coleta das entrevistas, partimos para a fase de estúdios. Aproveitamos também para fazer uma sátira, ou seja, um telejornal que brincasse com alguns programas ainda hoje em circulação – o JORNAL DAS PODEROSAS.
Este trabalho foi inscrito sob o nome “Protagonismo nas entrelinhas da notícia” na 16ª edição do Prêmio Victor Civita – Professor Nota 10, de 2013. E ficou entre os finalistas daquele ano, dentre 3000 trabalhos escritos.
Após passar um tempo na gestão de uma outra escola, em 2018 o professor Tatá retornou à escola Luiz David e retomou o projeto, agora em parceria com o professor de matemática “Cacá” Carlos Eduardo Saffiotti e o professor de artes “Babu” Fabio Rodrigues dos Santos e recebendo o apoio possível da minha parte, Fabio Rogerio Nepomuceno, agora gestor da escola. Uma das coisas que foi possível conseguir nesse início foi um logo para o projeto e um uniforme, criados por meu ex-aluno Cristina Montini, que havia feito parte do Educom da escola Fernando Gracioso.
Desde o começo, o projeto do professor Tatá buscou registrar e divulgar os eventos da própria escola. E tem muita coisa legal acontecendo na escola há bastante tempo. Um desses projetos interessantes é o Grêmio Escolar, coordenado pelo professor de educação física Adenilto Pereira de Souza. Foi a partir desse trabalho que surgiu a Semana do Estudante, evento que ocorre todo ano na escola. E também a partir disso o professor Adenilto passou a inscrever os alunos para participar do projeto Parlamento Jovem da Câmara Municipal de São Paulo, orientando os estudantes a cri. Na edição 2018 tivemos uma aluna, Maria Eduarda Rodrigues de Almeira “Duda”, do 7º B, escolhida como vereadora por uma dia. E o professor Tatá convidou a Imprensa Jovem Jornal LDS para participar da sessão solene. Essa cobertura jornalística educomunicativa foi feita de forma muito competente pelos alunos, registrou opiniões e análises dos alunos e professores e um discurso emocionante feito pela Duda para defender seu projeto de lei.
Feliz Dia dos Professores
Tião Rocha
“ “A Escola formal não está só na forma. Está dentro da fôrma. O pior é quando está no formol. É um cadáver.” É assim que o educador mineiro Tião Rocha, 59, vê o ensino convencional, de cujos métodos e conteúdos se afastou há mais de 20 anos para experimentar processos alternativos de educação.
À frente do Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento desde 1984, Rocha sempre persegue “maneiras diferentes e inovadoras” de educar, alfabetizar, gerar renda. Ele distingue educação de escolarização e busca um sonho: escolas que sejam tão boas que professores e alunos queiram freqüentá-las aos sábados, domingos e feriados. “Se ninguém fez, é possível”, diz. “
continue lendo a entrevista no site do jornal:
http://www1.folha.uol.com.br/folha/educacao/ult305u348104.shtml
Para mais informações consulte:
Centro Popular de Cultura e Desenvolvimento
Como educomunicar na escola pública
Um relato de práticas e observações de práticas de quinze anos em escolas da Prefeitura de São Paulo
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e versão em PDF publicada no livro ebook Práticas Educomunicativas da ABPEducom.
Numa trajetória de 15 anos como funcionário público na Secretaria Municipal de Educação de São Paulo tive a oportunidade de descobrir e exercitar algumas práticas educomunicativas, que começaram como projetos de rádio e blog no laboratório de informática e chegaram à gestão de uma grande atividade colaborativa envolvendo vários professores, alunos e colaboradores de fora da escola.
COMEÇANDO 15 ANOS ATRÁS
Já sou funcionário público na Prefeitura de São Paulo a 15 anos. Comecei como auxiliar técnico de secretaria de uma escola de ensino fundamental; mediante concursos públicos fui ascendendo na carreira até chegar a Diretor efetivo de uma escola. A educomunicação começou a ser implementada na Secretaria Municipal de Educação pouco antes do meu ingresso na rede, mas levou um tempo para eu descobrir.
Quando assumi o cargo função de Professor Adjunto, procurei a pesquisa e a inovação na escola, como meus professores me instigaram quando fui aluno da FFLCH e da FEUSP; mas sem saber bem como construir essa inovação minha primeira tentativa foi com a dramaturgia amadora, mesmo sem ter nenhuma experiência prévia nesse sentido. Melhor dizendo, quando fui aluno do fundamental na EMEF Mario Kosel tive professores que trabalhavam eventualmente com apresentações teatrais. Desenvolvi um projeto de teatro fora do horário regular com alguns alunos da escola EMEF Fernando Gracioso que resultou na peça colaborativa Zumbi Gracioso, escrita por eles mesmos através de oficinas de pesquisa em livros e revistas e livre criação. Isso em 2006. Essa produção foi divulgada de forma aberta num blog e rendeu várias remontagens em escolas pelo Brasil. Mesmo sem conhecer o conceito na época fica sendo essa a primeira dica relato de atividade educomunicativa.
1 – PRODUÇÃO DE ARTE COLABORATIVA
A melhor dica para começar é o teatro. Mas podem ser outras artes, como fotografia, desenho, pintura, grafite, música, vídeo-ficção…
Há referenciais recentes sobre Arte-Educação, entre os quais destacamos a pesquisa do aluno de Licenciatura em Educomunicação, Maurício Silva (2016).
Ao realizar projetos de Educomunicação que apenas fazem a leitura crítica dos meios de comunicação, ou que apenas focam na produção, ou que olham apenas para o uso das tecnologias, temos as potencialidades reduzidas porque não trabalhamos por completo o processo de construção do conhecimento, barateando e segmentando as ações. SILVA, 2016, p. 97.
Na sua abordagem, o autor destaca a importância de não se ignorar a complexidade do processo educacional e comunicacional e sempre valorizar processo. Isso que considero a essência do fazer educomunicativo, desde que Kaplún (1998) descobriu ou inventou o termo “educomunicador”.
Podemos buscar também as raízes dessa estratégia em ativistas e conceituadores como Anton Makarenko (2012), que quando foi diretor na Colônia Gorki no início do século XX fomentou tanto a gestão democrática, por meio de assembléias, quando a inovação pedagógica através do teatro. Quando foi diretor da Comuna Dzerjinski também trabalhou com fotografia. Outra referência clássica que podemos consultar é o trabalho de Montessori (2017). Segundo Gabriel Salomão, “Montessori percebeu que a criança passava por diversos períodos sensíveis” e há várias estratégias para aproveitar essas sensibilidades para favorecer o desenvolvimento integral do estudante.
O importante, independente do tipo de arte proposto, é promover a criação pelos próprios alunos, de forma sempre colaborativa e aberta ao diálogo.
DEPOIS A INFORMÁTICA EDUCATIVA
Já no meu segundo ano como professor (quinto de servidor público) assumi a função designada de POIE: Professor Orientador de Informática Educativa, eleito pelo conselho da escola Fernando Gracioso. No Laboratório de Informática não foi possível continuar com o projeto de teatro, mas descobri na escola um equipamento de rádio completo, que estava esquecido num canto do depósito. Só muito depois descobri que esse equipamento havia chegado na escola por causa do projeto Educom.Radio e inclusive alguns professores e alunos da escola haviam feito o curso organizado pelo NCE/USP.
Frente à dificuldade para reativar a rádio, pois dependia da instalação de uma antena, comecei a planejar alternativas com alguns alunos da escola, os chamados Alunos Monitores, um projeto inovador que estava começando na época, em que alunos voltavam na escola no contra-turno para ajudar no Laboratório de Informática ou Sala de Leitura. As alternativas que testamos são as duas próximas dicas / relatos.
2 – PODCASTS
Na época era popular o serviço Podomatic, que inclusive ainda existe. Mas a inspiração que iniciou os podcasts foi o IPod da Apple. Resumindo, podcast é um arquivo de áudio semelhante a um programa de rádio que fica disponível em sites ou aplicativos de sincronização. Fazíamos as gravações de forma bem precária usando microfones de computador no Laboratório de Informática, mas o resultado era fascinante pois captávamos as vozes dos alunos. Nossas primeiras gravações foram os alunos cantando e pequenas entrevistas motivadas pelo projeto Minha Terra proposto pela Secretaria Municipal de Educação.
Nossas produções, apesar de simples, chamaram atenção e fui convidado a fazer um breve relato no Seminário Nas Ondas do Rádio de 2008 na Câmara Municipal. Foi nesse evento que conheci o professor Ismar de Oliveira Soares, o pioneiro Cadu Fernandez e tive maior contato com o professor Carlos Lima, que havia conhecido pouco antes numa oficina sobre rádio escolar. Foi também nesse momento que fui apresentado ao conceito educomunicação, que finalmente dava um nome ao que vários professores estavam fazendo em várias escolas na época. Cito de memória projetos como a rádio Mange da EMEF prof. Roberto Mange, Rádio CLEM da EMEF Conde Luiz Eduardo Matarazzo e a rádio Educart da EMEF Jairo de Almeida, todos coordenados por colegas poies.
3 – BLOG E JORNAL IMPRESSO
No mesmo Seminário citado iniciamos o projeto de jornal (uma simples folha de sulfite impressa). Chamamos de Folha Graciosa. Já estávamos experimentando o blog. Usávamos a ferramenta Multiply, que infelizmente não existe mais, que era muito adequada para uso na escola por permitir escolher quem teria acesso aos conteúdos, principalmente fotos dos alunos. Havia filtros para escolher se o conteúdo seria visto por todos ou apenas por usuários logados no site – Apenas muito tempo depois, com o pouco usado Google Plus, surgiu uma solução semelhante com o conceito de círculos sociais.
O jornal impresso era usado para destacar com poucas imagens e textos curtos as principais atividades da escola e fazer divulgação chamando a comunidade para visitar o blog. Também é um veículo excelente para fomentar a produção e correção de texto, pois os alunos parecem enxergar mais claramente quando veem suas palavras impressas.
4 – RÁDIO ESCOLAR
Com a boa aceitação destes projetos, conseguimos que a gestão da escola na época instalasse a antena da rádio, reativando o projeto Nas Ondas do Rádio. Como estava poie, o equipamento emissor foi instalado no próprio laboratório de informática, permitindo um acompanhamento constante por mim e pelos alunos monitores. Além de transmitir músicas nos horários de intervalo, os alunos davam recados e às vezes inventavam concursos de adivinhas, que eram premiados com a entrega de pequenos livros que a escola havia ganhado em doações. Sem nenhum tipo de treinamento prévio, exceto os curtos encontros que eu havia participado, promovidos pelo citado professor Carlos Lima, os alunos tentavam emular uma rádio de verdade, mas impregnada de vitalidade infanto-juvenil.
5 – IMPRENSA JOVEM E VÍDEO ENTREVISTA
Tudo isso que estou contando e todas essas práticas educomunicativas não são lineares. Essas iniciativas aconteceram mais ou menos ao mesmo tempo ou começaram num período bem próximo, que vai de 2006 a 2008 na escola onde eu estava e foram se consolidando até o ano de 2011, quando deixei a função de poie, saindo da EMEF Fernando Gracioso para ir trabalhar como professor de língua portuguesa na EMEF Jairo de Almeida.
Desde o começo, a EMEF Jairo foi nossa parceria em vários eventos, principalmente pelo empenho e pioneirismo da professora Elaine Martins, que havia feito o curso Educom.Radio e continuou envolvida com projetos de mídias e educomunicação, além de robótica e cultura maker – e continua ainda hoje, sendo uma verdadeira multiplicadora com os colegas professores na região do bairro Perus e eventos onde suas equipes de imprensa jovem participaram.
Em 2005 o professor Carlos Lima trouxe o conceito de equipe de Imprensa Jovem como uma inovação na proposta do Programa Nas Ondas do Rádio. No evento Encontro de Cidades Educadoras, AICE 2008, pela primeira vez as equipes receberam uniformes personalizados, as famosas camisetas laranjas com o símbolo de uma antena em forma de lápis. A primeira versão desse símbolo inclusive teria sido criado por uma participante do projeto, a aluna Priscila Pereira Santos da EMEF Raimundo Correa.
Imagem 1: Uma das primeiras versões, talvez a primeira, do símbolo Educom da Prefeitura de São Paulo.
As escolas Fernando Gracioso e Jairo de Almeida, entre outras, participaram do evento AICE 2008, praticamente inaugurando a imprensa jovem como espaço privilegiado para divulgar o conceito educomunicação e promover ações que são desenvolvidas nas escolas públicas. Desde o começo a Secretaria Municipal de Educação articulou a participação da imprensa jovem em vários eventos, com destaque especial para Bienal do Livro, Bienal de Artes e a Campus Party, onde está presente desde a primeira edição no Brasil, que foi justamente m 2008. Na Bienal do Livro o programa inclusive monta estúdios para uso dos alunos.
Foi na imprensa jovem também que mais transpareceu o uso de técnicas do jornalismo na educação, como pesquisa de pauta, formulação de questões, adaptação e correção de texto. Geralmente as entrevistas eram gravadas com câmeras digitais compactas, eventualmente filmadoras um pouco melhores e o áudio captado com gravadores de fita, gravadores digitais e celulares, para posterior edição. Técnicas de vídeo entrevistas foram evoluindo nesse projeto, por iniciativa dos professores e dos próprios alunos, às vezes inspirados na televisão e, mais recentemente, no exemplo dos youtubers. Todas as escolas da prefeitura de São Paulo que haviam começado a trabalhar com alunos monitores e rádio escolar passaram a trabalhar com imprensa jovem e gravações em vídeo. Também surgiram novas equipes, com propostas muito bem estruturadas, merecendo destaque o projeto da EMEF Julio Marcondes Salgado, chamado Rádio JMS.
NA GESTÃO ESCOLAR
6 – EVENTOS INOVADORES NA ESCOLA – O EXEMPLO DA SEMANA DO ESTUDANTE
Após atuar por 4 anos no setor de tecnologias e informação, TIC, da Diretoria Regional de Educação Pirituba Jaraguá, acessei mediante concurso público a função de Diretor de Escolar na EMEF Luiz David Sobrinho. Nessa escola descobri e procurei apoiar os projetos que já aconteciam na unidade, com destaque especial para a Semana do Estudante.
A história da Semana do Estudante começa em 2005, com a fundação oficial do Grêmio Estudantil da escola municipal de ensino fundamental Professor Luiz David Sobrinho, chamado Jovens Na Atividade. O grêmio foi inaugurado no dia do estudante, 11 de agosto, proposto como um dia especial para troca de livros entre alunos na nossa escola. No entanto, antes disso, em 2002, alguns alunos participantes do projeto Educom.Radio já haviam tentado montar um grêmio na escola. O evento de troca de livros continuou ocorrendo nos anos seguintes, sempre acompanhado por atividades diferenciadas durante a semana, mas aquela que pode ser considerada a primeira edição da Semana do Estudante, com oficinas e palestras feitas por ex-alunos, atletas, artistas e professores convidados, aconteceu apenas em 2015. A proposta foi tão bem aceita que foi repetida no ano de 2016, desta vez contando com mais palestrantes e com várias disputas.
O tema de inspiração em 2016 foram as olimpíadas, assim os alunos foram divididos em grupos representando os cinco continentes. Foi uma proposta ousada, que fez alunos de fundamental 1 (primeiro ao quinto ano) se misturarem com alunos de fundamental 2 (do sexto ao nono ano), independente de idade ou nível de aprendizagem. A colaboração e aliança superaram as diferenças e os alunos puderam experimentar novas formas de aprender.
Em 2016, como parte da participação da escola no Parlamento Jovem, a aluna Mayara da Silva Tavares (na época 9º ano), apresentou o projeto de lei PL 162/2016 para instituir no calendário oficial de todas as escolas municipais a Semana do Estudante e o dia de troca de livros na finalização da semana dia 11 de agosto. O relato da participação da aluna está publicado no Diário Oficial do Município, data 28/01/2017 a partir da página 68. O vereador Laércio Benko encampou o projeto para ser regulamentado oficialmente.
Imagem 2: Nessa foto de 2013 na Câmara Municipal, Mayara é a 5a na segunda fileira.
Em 2017 iniciei como diretor na escola, já chegando encantado pelos relatos sobre as edições anteriores. Toda a gestão atual da escola, eu, os assistentes Tereza Cristina e Alexandre Afonso e principalmente as coordenadoras pedagógicas Rosana da Costa e Juliana Quintino e nosso coordenador do grêmio escolar professor de educação física Adenilto nos empenhamos em viabilizar e organizar a terceira edição desse grande evento. Como tema motivador sugeri o livro Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda, que comemorou 80 anos de publicação em 2016. Assim as turmas foram divididas em 5 grandes grupos, que representavam as principais raízes culturais da nossa nação: Indígena, Africana, Europa, Ásia e Estadunidense. Todos os professores trabalharam muito, planejando atividades e organizando suas turmas.
Imagem 3: (foto divulgação: Companhia das Letras)
Dessa vez, foi dada menor ênfase à competição, sendo decidido que apenas alunos com destaques nas atividades seriam premiados com medalhas. Como já havia ocorrido na edição anterior, também tivemos grande dificuldade para organizar a participação dos visitantes voluntários, palestrantes que convidamos para dialogar com os alunos: professores colegas, profissionais de outras áreas e ex-alunos desta e de outras escolas. O maior problema foi realmente a agenda, pois o tempo disponível pelos palestrantes era restrito e temos poucos recursos para poder remunerar as participações. As colaborações foram todas excelentes, mas sempre atendendo apenas partes da comunidade escolar.
Tentamos documentar ao máximo essa semana. A maioria das fotos e filmagens foram feitas pelos próprios estudantes, utilizando equipamentos da escola e estão disponíveis nesse link:
https://goo.gl/photos/G73mCohtsd1DjuHS6 Acesso em: 28 mar. 2018.
Imagem 4: QR Code com acesso a fotos e vídeos da Semana do Estudante
Quebrar um pouco das grades escolares foi sobretudo divertido. Fascinante. A avaliação geral da comunidade escolar foi de aprovação e desejando a continuidade da proposta. Mas também foi uma atividade muito cansativa. Para que se tornasse mais uma rotina, em vez de algo raro e excepcional, a escola precisa de mais recursos humanos e financeiros. Como já foi citado, há inclusive um projeto de lei para inserir a semana no calendário oficial, mas sobretudo precisamos buscar formas de continuar tendo atividades tão interessantes assim na escola em outros momentos.
Considero, sobretudo, essa também uma atividade educomunicativa, construída de forma coletiva por gestão escolar, professores, alunos e colaboradores visitantes, em sua maioria ex-alunos e colegas dos professores que voluntariamente compareceram na escola para propor novos jeitos de ensinar e aprender.
Imagem 5: Visual Samba Black de Caieiras junto com as coordenadoras Juliana e Rosana e, à direita, assistente de direção Tereza Cristina e diretor de escola Fabio.
INVENTAR
A proposta da educomunicação, seja como novo campo de conhecimento na interface entre educação e comunicação, seja como metodologia ou didática que busca a inovação usando novas tecnologias, mas sempre mais preocupada com o processo participativo, aberto e colaborativo; na minha visão traz um frescor necessário para dentro da escola. E há muitas formas de ser desenvolvida. Mesmo propostas mais tecnicistas mais recentemente incorporadas na rede municipal de São Paulo, como o uso uso de robótica, programação e video-games, pode receber uma nova abordagem usando o conceito de educomunicação e de valorização do processo educacional e comunicacional.
A educomunicação, pela sua própria essência, abre novos espaços de inovação para a aprendizagem em grupo. Não precisamos nos limitar aos pequenos grupos de projetos alternativos, como foram os projetos de rádio e imprensa jovem. Há espaço para testar práticas educomunicativas na sala de aula comum e em grandes eventos, como foi a citada Semana do Estudante. Educomunicar na escola pública é possível e não exige muitos materiais. Educomunicar, como dizia Freinet sobre o educar, exige apenas “ter esperança otimista na vida”.
REFERÊNCIAS
KAPLÚN, Mario. Una Pedagogia de La Comunicación. Madri: Ediciones de La Torre (1998).
MAKARENKO, Anton. Poema pedagógico. Editora 34. 1ª edição (2012)
MONTESSORI, Maria. Descoberta Da Criança, A - Pedagogia Científica. Editora Kirion. (2017)
SILVA, Maurício. A contribuição da abordagem triangular do ensino das artes e culturas visuais para o desenvolvimento da epistemologia da educomunicação. Dissertação de Mestrado. ECA/USP. (2016). Disponível em: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27160/tde-03022017-163215/pt-br.php Acesso em: 18 mar. 2018.
Meu título
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Ser Diretor de Escola…
Percurso
Após 14 anos de serviços no funcionalismo público, sempre na área da educação, aceitei o desafio de ser diretor de escola.
O caminho que me trouxe aqui pareceu natural. Quase um acaso. Prestei muitas provas, passei em algumas delas, após ser jornaleiro por quase 2 anos e trabalhar 8 anos ocupando alguns cargos e funções numa empresa de transporte, passei num concurso público da Prefeitura de São Paulo e ingressei como Auxiliar Técnico de Educação em 2003, trabalhando em secretarias de duas escolas. Em 2006 assumi como professor de língua portuguesa, em 2007 assumi a função designada de POIE (professor orientador de informática educativa), cargo que ocupei por 4 anos e onde aprendi muito sobre uso de tecnologias na escola e descobri o Programa Nas Ondas do Rádio, o conceito educomunicação e desenvolvi projetos de imprensa jovem, rádio e jornal escolar. Uma parte dessa história foi contada numa matéria de jornal que está aqui copiada. Interessado no tema cursei especialização em Mídias na Educação da parceria MEC/E-Proinfo com a ECA/USP e iniciei em 2011 uma segunda graduação, no curso Licenciatura em Educomunicação também da ECA/USP. Em diferentes momentos acumulei cargo, por ter passado novamente no concurso para professor de língua portuguesa; e duas vezes exonerei o segundo cargo. Em 2013, por indicação do colega Marcelo, assumi novamente uma função designada, dessa vez de Assistente Técnico de Educação atuando no setor de Tecnologias (TIC) da DREPJ – Diretoria Regional de Educação de Pirituba e por isso abandonei a graduação na ECA, dois anos após iniciada. Por ser uma jornada J40 (40 horas semanais) essa designação melhorou um pouco minha remuneração. Também ocupei essa função por 4 anos, ajudando as escolas da região a lidar com demandas administrativas, com destaque para o Educacenso, a coleta do Bolsa Família e uso do sistema EOL (Escola on Line); aprendi muito sobre uso de tecnologias na administração escolar. Nesse período, para me atualizar e ouvindo dicas de colegas da DREPJ, fiz cursos parcialmente a distância de especialização em Gestão Pública Municipal no polo UNICEU Pera Marmelo e uma segunda graduação em Pedagogia, como complementação para licenciados. Esse segundo curso me habilitou a prestar o concurso para diretor de escola, em que fui aprovado.
Fiz uma carta me despedindo do setor TIC da DRE Pirituba onde também contei um pouco do meu percurso.
AGORA estou aqui. Um ano no cargo/função de Diretor de Escola efetivo. Recentemente me tornei pai da linda Elisa, outro grande desafio; mas preciso agora refletir sobre o que é ser diretor numa escola pública municipal de periferia.
Expectativa
Oportuno
Tive a grata oportunidade de não sair diretamente da sala de aula para a gestão escolar, ao contrário da maioria dos meus colegas. Minha experiência na DRE e o curso de gestão pública municipal me prepararam pra esperar muita coisa. Mas nem tudo. A dinâmica diária da escola traz uma enormidade de questões, que havia quase me esquecido atuando alguns anos num órgão central, apenas com visitas ocasionais nas escolas.
Também tive a sorte de poder escolher uma escola com boa condição estrutural, apesar de ser antiga e precisando de reformas como a maioria dos equipamentos públicos; e principalmente sem problemas documentais ou processos administrativos. Os colegas da DRE, principalmente a Lilian e o Durval, me indicaram as melhores escolhas entre aquelas que sobraram na minha vez de escolha (num concurso público a sequência de escolha é de acordo com a ordem de classificação). Isso tornou minha adaptação às novas responsabilidades relativamente FÁCIL.
Mesmo assim… e exercitando uma paciência enorme…, como qualquer novo diretor cheguei querendo fazer muitas coisas. Fui cuidadoso ao máximo tentando manter a equipe gestora que já estava na escola, Alexandre, Tereza e Cíntia (assistentes de direção e secretária, cargos de confiança na secretaria municipal de educação que posso escolher livremente, entre aqueles habilitados), pensando que se necessário poderia fazer a transição depois, sem pressa e sem quebrar a dinâmica da escola. Tive a sorte de contar com duas coordenadoras pedagógicas muito boas, Rosana e Juliana, eleitas pelo Conselho de Escola, uma delas iniciando sua atividade nesse mesmo ano e a outra apenas em seu segundo ano de atividade, mas desde do início ambas demonstraram talento e dedicação.
Consegui manter a organização da escola e em alguns pontos me esforcei para melhorar os processos. No entanto uma das minhas metas, que era fomentar projetos de educação integral, simplesmente fracassou. A escola hoje talvez tenha menos projetos para atender alunos nos seus contra-turno do que já teve em anos anteriores e com poucos alunos participando. Uma parte da culpa disso foi a terrível diminuição do projeto Mais Educação federal e o baixo enfoque em educação integral na gestão atual da prefeitura, mas o principal motivo foi realmente a falta de professores com disponibilidade de tempo. No geral, um grande problema na escola é a falta de profissionais, tanto professores quanto auxiliares, o que atrapalha muito qualquer proposta de qualidade no atendimento. Recentes chamadas de concursos públicos têm aos poucos diminuído esse déficit, mas também temos muitos professores e auxiliares em afastamento por licença médica.
Há também problemas visíveis de aprendizagem e vários procedimentos pedagógicos que não são implementados por todos ou poderiam melhorar muito.
Rotação
Meditando sobre essas dificuldades e também sobre tudo que ainda é possível fazer nessa adversidade, pensei que a gestão escolar pode ser analisada pelo viés de pelo menos quatro (4) eixos: Concepção de Educação, Recursos Disponíveis, Ousadia e Saúde.
Vou dissertar um pouco sobre cada ponto em separado, mas pensei que cada um desses eixos poderia ter um segundo nome, como uma visão alternativa para ajudar a entendê-los enquanto conceitos. Esses nomes alternativos seriam: Ideologia da equipe gestora, Parcerias, Precaução e Sorte.
1- Concepção de Educação / Ideologia da Equipe Gestora
É fácil dizer que não existe dois lados. Talvez existam muitos. Mas em essência se dividem em dois e quem diz que não tem lado geralmente está do lado do qual discordo. Meu compromisso é com a esquerda: que compreendo como a obrigação do Estado em ser representante do povo e se preocupar com tudo relativo ao povo; o planejamento para cada vez mais pessoas comuns participarem diretamente da gestão, sem precisar delegar todas as decisões para um grupo privilegiado; a necessidade de estar sempre engajado na luta constante para promover e garantir cada vez mais igualdade social.
Quem acha que a educação serve também para isso está do meu lado. Mas nem sempre somos coerentes em nossos pensamentos e na execução daquilo que nosso discurso diz ser o mais correto. Há pessoas com discursos que considero lindos que no final simplesmente fazem o serviço sujo do lado contrário – desserviços à educação de qualidade.
Como já deve ter sido dito em algum lugar, a gestão escolar é essencial para promover essa concepção em toda a escola; orientar profissionais para trabalharem todos os dias com esse horizonte: a qualidade da educação, que deve ser sim transformadora; e se necessário fiscalizar e restringir a ação daqueles que fazem o contrário disso – por sorte, uma minoria. A educação é realmente a área que mais atrai profissionais comprometidos com o compartilhamento do saber e a promoção da igualdade.
Não há consenso sobre a melhor forma de alcançar os melhores resultados. Espero aos poucos, pelo diálogo com aqueles que sabem mais, ir formando uma visão consistente que pode ter bons resultados e articular minha equipe nesse rumo.
2- Recursos Disponíveis / Parcerias
A maior parte das demandas da escola, principalmente manutenção, insumos e materiais básicos, são tratadas diretamente pela escola através de verba vinculada. Ou seja, a escola recebe dinheiro para administrar. Em certa medida a escola, ou melhor, a APM – Associação de Pais e Mestres, funciona como uma empresa, com registro em cartório, conta corrente corporativa, contador… Como se pode imaginar, isso é bem complicado para quem tem formação para ser professor de ensino fundamental. Além disso, nem sempre os recursos monetários que recebemos são suficientes. Falta também recursos humanos, é comum que a gestão e até o quadro administrativo tenha que se desdobrar para atender bem alunos, por falta de professores. Com frequência também sofremos com falta de profissionais do administrativo. Falta no sentido de não ter mesmo o profissional disponível para a vaga, ou no sentido de absenteísmo pelos mais variados (justos, compreensíveis ou incompreensíveis) motivos.
Sei de poucas escolas públicas que não sofram por essas faltas de recursos e a minha não é exceção.
Por isso mesmo a escola sempre precisa de boas parcerias. Colegas que nos visitem trazendo olhares diferentes e novas ideias. Prestadores de serviço de qualidade que possuam preço justo, dentro dos nossos orçamentos e consultores que nos ajudem a usar os recursos de forma transparente e correta. Muitas vezes conseguimos na Diretoria Regional de Ensino – DRE essa consultoria, outras vezes com colegas gestores de outras unidades, inclusive através de consultas informais em grupos de mensagens coletivas. Os sindicatos também podem ser pontos de apoio importantes, não apenas para reivindicar mais verbas e melhorias nas condições de trabalho, mas também para orientar ações imediatas no meio do furacão. Os programas de estagiários Parceiros de Aprendizagem, Cefai (apoio à inclusão) e Mais Alfabetização também trouxeram para dentro das escolas estudantes para aprender, mas que acabam ajudando bastante.
O importante é sempre buscar e ter ajuda.
3- Ousadia / Precaução
É normal querer mudar tudo. Nós educadores, ou pelo menos a maioria dos bons professores e professoras que conheço, sentimos também que a escola precisa evoluir. Que é necessário atualizar as formas de aprendizagens. Mas a escola, como é hoje, mesmo com todos os problemas e com toda falta de recursos, ainda funciona. Queremos o novo, mas percebi que ser ousado e apressado demais seria temerário. Antes de mudar algo, é preciso garantir que o sistema não entre em colapso.
Por tudo que contei aqui fica claro que fui precavido.Talvez até demais. Mas o acerto dessa decisão me parece evidente após esse um ano. Ainda estamos construindo as bases da educação e apesar da minha escola ter sido aberta em 1988 e ter alguns profissionais que já trabalham na unidade a mais de 10 anos, ela ainda está construindo um perfil. A ousadia e a inovação não devem e nem precisam ser uma quebra nessa estrutura, já que ela ainda está em formação.
4- Saúde / Sorte
O termo sorte vem de algo que o colega diretor Antonio, conhecido como Tico , da EMEF Ernani Silva Bruno, me disse quando soube que eu também me tornaria diretor. É preciso muito preparo e muita dedicação para fazer um bom trabalho, mas também é preciso um bocado de sorte. Às vezes as coisas simplesmente não dão certo. Mas a saúde, tanto do gestor quanto dos muitos profissionais da escola, é parte dessa sorte. E zelar para evitar ao máximo prejudicar a própria saúde e a saúde de todos na escola é algo que sempre deve estar em mente. É preciso um nível de energia e disposição, tanto física quanto mental, excepcional para aguentar o tranco constante do trabalho na escola. Uma obra difícil, pois envolve relações intensas com muitas pessoas muito diferentes entre si. Em vários momentos vi colegas fraquejarem e eu mesmo tive que usar toda força de vontade para me manter firme, sem ceder às sombras que às vezes anuviam nossa visão, sem ceder ao desânimo que às vezes nos faz pensar que nada dará certo.
Não é verdade.
Não deu tudo certo, mas muito coisa boa aconteceu nesse ano e analiso esperançoso que os processos estão avançando. No final do ano enviei para os colegas professores uma mensagem muito sincera afirmando isso. Há notícias de que (talvez) os repasses de verbas voltem pelo menos ao nível de 2016 no próximo ano e que as prestações de contas sejam simplificadas, o que deve ampliar nosso poder de ação e diminuir o trabalho burocrático da equipe gestora. Alguns profissionais novos estão chegando na escola mediante concursos, escolhi uma nova Assistente de Direção para me ajudar após a saída / aposentadoria da colega Tereza e agora que eu a equipe de profissionais da escola nos conhecemos melhor podemos planejar ações que preservem nossa saúde e permitam que a escola realmente avance em sua função social de ensinar.
15 de Outubro, dia dos Professores e das Professoras
Dentre todas as profissões, a nossa é uma das que mais merece reconhecimento e homenagens. Desde as primeiras letras, passando pelo ensino fundamental até os níveis mais avançados, os professores são aqueles que orientam, encorajam, acreditam. Sim, porque muito mais do que assumir a responsabilidade de ensinar, os professores são aqueles que acreditam ser possível aprender, não importando a idade, apesar de qualquer dificuldade de partida, sempre haverá uma estratégia, um planejamento, uma proposta pedagógica para ajudar o estudante a se descobrir e ser um pouco melhor, aprendendo algo diferente. A cada ano estamos aprendendo como realizar essa tarefa que alguns consideram impossível. Agora, ainda mais do que antes, nossa prática e nossa reflexão sobre a prática não pode ficar restrita na sala de aula ou na instituição escola, porque há muitos movimentos legais e políticos ameaçando nossa profissão e o futuro dos nossos filhos e dos nossos alunos. Ser professor, ser professora, é também pensar sobre a sociedade e estar sempre em prontidão para agir pela melhoria de toda a sociedade. É um grande orgulho fazer parte de um grupo com tão nobre e difícil tarefa.
A equipe gestora da escola professor Luiz David Sobrinho se orgulha de fazer parte desse grupo de professores e colegas funcionários que são sempre também educadores. Feliz dia!
Não por acaso nesse mesmo mês de Outubro também se comemora o Dia das Crianças e o Dia do Funcionário Público.
Na Folha Dirigida (jornal para concurseiros)
Saiu uma pequena matéria sobre mim no jornal Folha Dirigida do Rio de Janeiro, edição de 17/10/17, por Indicação do amigo Antonio Batist, que é artículista no jornal. Apesar de curta conta um pouquinho da minha trajetória. Há um errinho no último parágrafo, que cita Secretaria de Educação, quando o correto seria “Secretaria de uma escola”. Também não me considero um “concurseiro”, mas sim integrante de uma carreira, já que todos os concursos que prestei com sucesso foram no mesmo sistema. Mesmo assim compartilho. Valeu, Tom.
Link para PDF da página.
A mesma matéria já com algumas correções saiu na edição São Paulo de sábado 21/10.
Semana do Estudante – Raízes do Brasil
Semana do Estudante da escola Luiz David Sobrinho
O que é. Como foi em 2017.
Foi impressionante. E desconfio que quem vivenciou essa experiência na escola, seja como aluno, professor ou palestrante visitante, tem muito o que meditar e rever sobre práticas escolares e as muitas formas de estudar e aprender.
A história da Semana do Estudante começa em 2005, com a fundação oficial do Grêmio Estudantil da escola municipal de ensino fundamental Professor Luiz David Sobrinho, chamado Jovens Na Atividade. O grêmio foi inaugurado no dia do estudante, 11 de agosto, proposto como um dia especial para troca de livros entre alunos na nossa escola. No entanto, antes disso, em 2002, alguns alunos participantes do projeto Educom.Radio já haviam tentado montar um grêmio na escola. O evento de troca de livros continuou ocorrendo nos anos seguintes, sempre acompanhado por atividades diferenciadas durante a semana, mas aquela que pode ser considerada a primeira edição da Semana do Estudante, com oficinas e palestras feitas por ex-alunos, atletas, artistas e professores convidados, aconteceu apenas em 2015. A proposta foi tão bem aceita que foi repetida no ano de 2016, desta vez contando com mais palestrantes e com várias disputas.
O tema de inspiração em 2016 foram as olimpíadas, assim os alunos foram divididos em grupos representando os cinco continentes. Foi uma proposta ousada, que fez alunos de fundamental 1 (primeiro ao quinto ano) se misturarem com alunos de fundamental 2 (do sexto ao nono ano), independente de idade ou nível de aprendizagem. A colaboração e aliança superaram as diferenças e os alunos puderam experimentar um novo jeito de aprender.
Em 2016, como parte da participação da escola no Parlamento Jovem, a aluna Mayara da Silva Tavares (na época 9º ano), apresentou o projeto de lei PL 162/2016 para instituir no calendário oficial de todas as escolas municipais a Semana do Estudante e o dia de troca de livros na finalização da semana dia 11 de agosto. O relato da participação da aluna está publicado no Diário Oficial do Município, data 28/01/2017 a partir da página 68. O vereador Laércio Benko encampou o projeto para ser regulamentado oficialmente.
Em 2017 a escola recebeu um novo diretor, esse que escreve, que já chegou encantado pelos relatos sobre as edições anteriores. Toda a gestão atual da escola, diretor Fabio, assistentes Tereza Cristina e Alexandre Afonso e principalmente as coordenadoras pedagógicas Rosana da Costa e Juliana Quintino e nosso coordenador do grêmio escolar professor Adenilto se empenharam em viabilizar e organizar a terceira edição desse grande evento. Como tema motivador sugeri o livro Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda, que comemorou 80 anos de publicação em 2016. Assim as turmas foram divididas em 5 grandes grupos, que representavam as principais raízes culturais da nossa nação: Indígena, Africana, Europa, Ásia e Estadunidense. Todos os professores trabalharam muito, planejando atividades e organizando suas turmas.
Dessa vez, foi dada menor ênfase à competição, sendo decidido que apenas alunos com destaques nas atividades seriam premiados com medalhas. Como já havia ocorrido na edição anterior, também tivemos grande dificuldade para organizar a participação dos visitantes voluntários, palestrantes que convidamos para dialogar com os alunos: professores colegas, profissionais de outras áreas e ex-alunos desta e de outras escolas. O maior problema foi realmente a agenda, pois o tempo disponível pelos palestrantes era restrito e temos poucos recursos para poder remunerar as participações. As colaborações foram todas excelentes, mas sempre atendendo apenas partes da comunidade escolar.
Nesta edição de 2017 pudemos contar com algumas palestras notáveis
- Nicolas, ex-aluno da escola até 2002 e atualmente estudante de direito contou como foi sua participação no projeto piloto Educom.Radio, que depois se transformou no Programa Nas Ondas do Rádio, atual Núcleo de Educomunicação. Nicolas contou que devido a essa participação foi escolhido para representar o projeto em Brasília.
https://www.facebook.com/emefldsobrinho/videos/2193836967299586/
- De Caieiras veio a Banda Visual Samba Black, com vocal de Gleibson Reis. Contaram um pouco da história do samba com música.
- Francine Flor, mãe de aluno e integrante do Coletivo Januárias na Janela falou com as alunas sobre feminismo e com os alunos sobre empatia.
- Michel Yakini, ex-aluno do professor Adenilto, membro do Sarau Elo da Corrente de Pirituba,, poeta e escritor de livros, dialogou com os alunos contando sua história, recitou poemas próprios e homenageou Solano Trindade.
- Kaneda Mukhtar, músico, cantor e poeta, falou sobre cultura hip hop e a importância da leitura e da escrita. Kaneda e sua banda de punk rock Asfixia Social, que fez uma apresentação especial na escola no fechamento da Semana, no sábado, foram convidados pelo professor Carlos, também músico.
- Eliana Lorieri, gestora da UNICEU Perus, falou sobre cultura popular e tocou jongo para os alunos dançarem em roda.
- Alyson Kwabena, ex-aluno da EMEFM Antônio Alves Veríssimo e DJ, falou sobre cultura afro e citou o trabalho do artista Hugo Canuto, que interpretou os orixás com um designer pop de histórias em quadrinhos.
- Fizemos um concurso de desenhos sobre as temáticas estudadas durante a semana, e algumas das melhores artes foram grafitadas por Rodrigo Campos com ajuda de seu irmão Tiago e do funcionário Hernandez, criando um registro do evento na parede.
- Ricardo Vicente, professor de Muay Thai junto com seu aluno demonstrou um pouco dessa arte marcial e falou sobre a importância da disciplina para o esporte e para a vida.
- Nossa coordenadora Rosana fez rodas de dança circular com os alunos e no sábado também com a comunidade escolar.
- A professora Silvania Francisca de Jesus contou histórias africanas e indígenas, contando com apoio de seu companheiro Salvador.
- Os alunos participaram de saraus, show de talentos e trocas de livros
- Carlos Lima, do Núcleo de Educomunicação da Secretaria Municipal de Educação, retornou a nossa escola para contar um pouco da história do educom e debater com nossos alunos.
- Cadu Fernandez, pioneiro do projeto Educom.Radio falou sobre rádio escolar e também foi responsável por localizar o ex-aluno Nicolas.
- Professor Marcio Silva, do projeto “Samba também se aprende na escola”, foi liberado pela gestão da EMEF Enzo Antonio Silvestrin para participar da nossa Semana do Estudante com uma oficina de percussão com alguns dos nossos alunos e no fechamento do evento a bateria tocou para o desfile das delegações.
https://www.facebook.com/sambanaescola/videos/819413291556338/
- Os grupos de estudo viraram verdadeiras delegações, que fizeram lindos desfiles tanto na abertura quanto no fechamento do evento, segunda e sexta-feira.
(imagem transmitida ao vivo. O ex-aluno Matheus fez a captação)
Tentamos documentar ao máximo essa semana. A maioria das fotos e filmagens foram feitas pelos próprios estudantes, utilizando equipamentos da escola e estão disponíveis nesse link: https://goo.gl/photos/G73mCohtsd1DjuHS6
Quebrar um pouco das grades escolares foi sobretudo divertido. Fascinante. A avaliação geral da comunidade escolar foi de aprovação e desejando a continuidade. Mas também foi muito cansativo. Para que se tornasse mais uma rotina, em vez de algo raro e excepcional, a escola precisa de mais recursos humanos e financeiros. Como já foi citado, há inclusive um projeto de lei para inserir a semana no calendário oficial, mas sobretudo precisamos buscar formas de continuar tendo atividades tão interessantes assim na escola em outros momentos.
Só Emoção – Rosa Maria Panicali cantando
Em 2013, quando fui chamado a participar da equipe do setor TIC na DRE Pirituba Jaraguá comprei um caderninho (pequeno e sem pautas, para ser fácil de carregar) e abri um arquivo no programa Evernote (de notas virtuais) onde fui anotando tudo que precisava saber. Fui chamado por indicação do colega Marcelo Santos, que chegou a integrar equipe num CEU na DRE Pirituba, mas por questões pessoais infelizmente saiu da rede municipal. A princípio deveria eu integrar a equipe do atual DICEU, mas o Sr. Antonio Rodrigues da Silva, que na época era o dirigente regional, achou melhor me alocar no setor de suporte a tecnologias, comunicação e informações gerenciais.
Apesar de já ter trabalhado com EOL, sistema escola online, quando fui auxiliar técnico nas secretarias das escolas EMEF Jose Alcântara Machado Filho (DRE Butantã) e EMEF Jairo de Almeida (DREPJ), já fazia muito tempo que não mexia com sistemas da Prefeitura de São Paulo.
Minha experiência de 4 anos como POIE na EMEF Fernando Gracioso ajudou muito, é claro, mas a dinâmica do TIC era muito diferente da que tinha como professor de ensino fundamental. Estudar é o que nós, como professores, fazemos melhor. Podemos estudar em serviço. E estudar foi algo que fiz muito, para tentar cumprir principalmente as demandas dos sistemas EDUCACENSO, BOLSA FAMÍLIA, bilhetagem das Impressoras da GOLDEN e o início da implantação do SEI – Processos Eletrônicos, que ficaram sob minha responsabilidade aqui na DRE Pirituba. Nesses 4 anos de TIC também ajudei as escolas na participação do Programa Mais Educação Federal e agora no final de 2016 a inscrição no Novo Mais Educação. E sempre que possível ajudei as equipes de Imprensa Jovem participantes do Programa Nas Ondas do Rádio, recentemente transformado no Núcleo de Educomunicação.
Estudar enquanto se trabalha é essencial. Aprender na prática e com ajuda dos colegas. Mas é importante também buscar atualização em cursos externos. Nesse período que estive no TIC cursei a Especialização em Gestão Pública Municipal, aberto logo quando foi inaugurada a unidade UNICEU / UAB do CEU Pera Marmelo. Também nesse período fiz o curso semipresencial de complementação pedagógica, que me habilitou como pedagogo. Minha formação básica é em Letras Língua Portuguesa e Linguística e enquanto professor antes havia cursado a especialização em Mídias na Educação.
Foi um grande aprendizado esse período aqui na DRE Pirituba. Tive a sorte de trabalhar com excelentes profissionais e estagiários, muitos dos quais se tornaram amigos. Tive a sorte de ter como chefia imediata Ary Sergio Olinisky, engenheiro com grande experiências em gestão de informática, assim como o atual dirigente Marcos Manoel dos Santos e toda excelente equipe do gabinete da DRE Pirituba, da qual é impossível não citar a Dona Olga Kalil Figueiredo.
Batalhei o máximo possível para que a gestão Haddad fosse a melhor possível na DRE Pirituba. Infelizmente essa gestão não continua, mas espero que tenhamos deixado um bom legado que poderá ser continuado. Cabe a todos nós continuar cobrando a melhoria no atendimento ao público e os recursos para garantir a qualidade na educação.
Foi bom. Mas agora parto para um novo desafio. Vou mais uma vez ter que estudar em serviço e aprender muita coisa que ainda não sei, mesmo já tendo 40 anos de idade e já tenha 13 anos de serviços como funcionário público. A partir de 02 de janeiro de 2017 estarei como diretor de escola na EMEF Luiz David Sobrinho, localizada no bairro Jaraguá.
Só quero dizer muito obrigado a todos e todas que ajudaram nesse percurso. Se precisarem de ajuda, me procurem, pois com certeza irei procurar vocês quando precisar. Quem puder, apareça na minha nova escola para um café.
Feliz natal e prosperidade no próximo ano.
Em tempo: Vou iniciar nesse blog uma série de artigos que chamarei “Quando um educomunicador quer saber o que é ser gestor escolar“, onde pretendo relatar um pouco do aprendizado e das vivências que terei como diretor de escola. O título é uma referência ao famoso artigo Quando o sociólogo quer saber o que é ser professor – Entrevista com François Dubet.
Plataformas Online de Gestão Pública como oportunidades de Participação Cidadã – Trabalho UNICEU
Trabalho apresentado no final do curso GESTÃO PÚBLICA MUNICIPAL da UAB / UNICEU, Polo Pera Marmelo.
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https://periodicos.unifesp.br/index.php/RIDAP/article/view/1296
Olá, colegas
Começo aqui relatando um interessante “Empreendimento temporário” do qual tive o prazer de participar. Parte de um programa contínuo e muito maior, que acontece em várias escolas da rede municipal de educação de São Paulo, o “Programa Nas Ondas do Rádio de Educomunicação”
O Projeto era a “Rádio Graciosa” que participei na EMEF Fernando Gracioso em 2008 e se desenvolveu até meados de 2010 com muitos resultados imateriais: empoderamento dos alunos, colaboração na criação de uma mídia alternativa e servindo de modelo para outros colegas professores, que criaram na época e posteriormente outros projetos ainda melhores, mais organizados e mais duráveis.
Em 2007 virei POIE na unidade e descobri o equipamento de rádio que estava parado, precisando de manutenção. Articulando com a direção (após um ano de pedidos no Conselho de Escola e na APM) conseguimos consertar o equipamento para reativar a Rádio Escolar que havia sido montada na escola em 2002, no início do antigo Projeto Educom.Rádio (mais informações no link). Nesse meio tempo, ainda antes da rádio funcionar, comecei junto com os alunos a produzir um jornalzinho de folha única, chamado Folha Graciosa (ver link). Na verdade o projeto foi se desdobrando em vários subprojetos complementares, que incluiu produção de vinhetas (com as vozes das crianças), monitoria no Laboratório de Informática (Programa Aluno Monitor, que existe ainda hoje em algumas escolas). edição de vídeo, produção de entrevistas usando vídeo e finalmente a Imprensa Jovem, com alunos participando como repórteres em eventos com alguma relação com educação, como a Bienal do Livro, o AICE 2008, a Campus Party (em todas as edições no Brasil desde que começou) ou mesmo festas da própria escola.
Muita gente ajudou no planejamento e na implementação deste projeto. Destaco a diretora na época em que tudo começou, Maria Angela, o gestor do Programas Ondas do Rádio em SME, Carlos Lima, o técnico e educomunicador Cadu Fernandez que arrumou o equipamento, os colegas professores Judite, Diva e Adélia e meus primeiros alunos monitores na Informática Educativa: Diego, Pedro, Jéssica… e muitos, muitos outros parceiros.
Posso dizer que o projeto começou como uma estratégia para melhorar as relações na escola e diminuir a violência no recreio (intervalo). Mas o gatilho foi realmente a possibilidade fascinante de poder ouvir as vozes dos alunos nos recreios, com um rádio que estava disponível lá. E no desenvolvimento o que acabamos criando foi algo que ia muito além disso. Com a participação dos alunos na Imprensa Jovem exercitamos a cidadania mais plena, com o empoderamento no uso das mídias de forma democrática. Foi divertido e entusiasmante enquanto durou e ainda deixa saudades para quem vivenciou.
Os alunos que apareciam num link no antigo site eram meus alunos, Pedro e Nicolas
O novo site traz informações atualizadas, inclusive inscrições para cursos de formação para professores
http://portal.sme.prefeitura.sp.gov.br/Main/Page/PortalSMESP/Cursos-e-Formacoes
Sobre o Projeto Rádio Graciosa:
https://www.youtube.com/user/radiograciosadeperus
https://www.flickr.com/photos/radiograciosa/
http://pt.slideshare.net/ekalafabio/apresentacao-educom-20-de-julho-de-2011
Vídeos Educomunicativos de Formação Cruzada
Proposta de curso para a Escola de Formação do Servidor Público, da SEMPLA (Secretaria de Planejamento) da Prefeitura de São Paulo. Apresentada dia 3 de julho de 2014 em Aula Teste.
Relato de pesquisa e formação
Clique para ler a pesquisa completa
Participo de projetos educomunicativos do Programa Nas Ondas do Rádio (NOR) desde 2007 e sou professor da rede municipal de educação desde 2005. Pelo interesse na proposta da educomunicação, prestei novamente o vestibular da Fuvest e entrei no novo curso Licenciatura em Educomunicação da ECA. Neste percurso, e por ser aluno do Professor Ismar de Oliveira Soares, acabei sendo convidado para ser tutor na 4ª Oferta da especialização a distância Mídias na Educação, na etapa inicial. Na continuidade, me tornei aluno do mesmo curso, na etapa de orientação das monografias.
Em 2012, o Programa NOR promoveu o primeiro curso a distância Produção de Projetos Educomunicativos, com a intenção de ampliar o número de projetos educativos propostos pelos professores e as escolas utilizando o conceito educomunicação e qualificar seus textos, de forma a serem mais aprovados pelas supervisões das escolas.
Participei deste curso como aluno e foi um caminho natural utilizá-lo como objeto para minha pesquisa do Mídias na Educação que buscou identificar como foi realizado o curso e em que medida o conceito educomunicação esteve presente na prática dos professores cursistas, ou seja, como receberam o conceito e se apropriaram dele na produção de seus projetos.
Para tanto, entrei em contato direto com alguns formadores educomunicadores do Programa Nas Ondas do Rádio, que atuaram como designers instrucionais e tutores do curso. E realizei entrevista via Skype com o coordenador do programa NOR, professor Carlos Alberto Mendes Lima.
Primeiro com orientação da Kassandra Brito, desenvolvi o projeto de pesquisa. Num segundo momento, tive a orientação de Antonia Alves na escrita da monografia, momento em que ampliei a bibliografia relacionada à Educação a Distância e à Educomunicação. Mesmo já tendo atuado como tutor, foi uma surpresa descobrir a complexidade e o tamanho do tema.
Minha grande dificuldade foi conseguir contato direto com os professores que efetivamente fizeram o curso, apesar de ter conseguido os e-mails de todos eles. Na verdade, poucos responderam o contato. Julguei que isto ocorreu por não terem tanta familiaridade com a participação em cursos EAD. No entanto, através das respostas daqueles que responderam e analisando depoimentos nos fóruns da plataforma AVA do curso, foi possível constatar a boa aceitação da proposta de formação EAD e uma apropriação consistente do conceito educomunicação.
Como continuidade de aprofundamento do tema, percebemos a necessidade de continuar a pesquisa, se possível visitando as escolas e analisando como os projetos estão sendo efetivamente aplicados.
O curso Mídias na Educação abriu minha visão para a educomunicação como objeto de pesquisa. O conceito para mim sempre foi uma meta de uso prático na escola ou fora, nas atividades do projeto Imprensa Jovem, onde os alunos se tornam reporteres e produtores de mídia. Uma paixão. Mas o curso me mostrou como é importante buscar critérios de análise e debater a Educomunicação. Acho que este trabalho acadêmico pode refletir em melhoras na prática.
Como dica essencial, acho que fica o mesmo. A pesquisa deve sempre fazer parte da nossa prática de professor. Analisar os projetos das nossas escolas, analisar nossas práticas, buscar bibliografias que nos ajudem a pensar e a criar dentro das escolas.
Os números de 2012
Relatório deste blog no ano de 2012.
Aqui está um excerto:
4,329 films were submitted to the 2012 Cannes Film Festival. This blog had 33.000 views in 2012. If each view were a film, this blog would power 8 Film Festivals