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Semana do Estudante – Raízes do Brasil

16/08/2017

Semana do Estudante da escola Luiz David Sobrinho

O que é. Como foi em 2017.

Foi impressionante. E desconfio que quem vivenciou essa experiência na escola, seja como aluno, professor ou palestrante visitante, tem muito o que meditar e rever sobre práticas escolares e as muitas formas de estudar e aprender.

A história da Semana do Estudante começa em 2005, com a fundação oficial do Grêmio Estudantil da escola municipal de ensino fundamental Professor Luiz David Sobrinho, chamado Jovens Na Atividade. O grêmio foi  inaugurado no dia do estudante, 11 de agosto, proposto como um dia especial para troca de livros entre alunos na nossa escola. No entanto, antes disso, em 2002, alguns alunos participantes do projeto Educom.Radio já haviam tentado montar um grêmio na escola. O evento de troca de livros continuou ocorrendo nos anos seguintes, sempre acompanhado por atividades diferenciadas durante a semana, mas aquela que pode ser considerada a primeira edição da Semana do Estudante, com oficinas e palestras feitas por ex-alunos, atletas, artistas e professores convidados, aconteceu apenas em 2015. A proposta foi tão bem aceita que foi repetida no ano de 2016, desta vez contando com mais palestrantes e com várias disputas.

O tema de inspiração em 2016 foram as olimpíadas, assim os alunos foram divididos em grupos representando os cinco continentes. Foi uma proposta ousada, que fez alunos de fundamental 1 (primeiro ao quinto ano) se misturarem com alunos de fundamental 2 (do sexto ao nono ano), independente de idade ou nível de aprendizagem. A colaboração e aliança superaram as diferenças e os alunos puderam experimentar um novo jeito de aprender.

Em 2016, como parte da participação da escola no Parlamento Jovem, a aluna Mayara da Silva Tavares (na época 9º ano), apresentou o projeto de lei PL 162/2016 para instituir no calendário oficial de todas as escolas municipais a Semana do Estudante e o dia de troca de livros na finalização da semana dia 11 de agosto. O relato da participação da aluna está publicado no Diário Oficial do Município, data 28/01/2017 a partir da página 68. O vereador Laércio Benko encampou o projeto para ser regulamentado oficialmente.

Nessa foto de 2013 na Câmara Municipal, Mayara é a 5a na segunda fileira.

Nessa foto de 2013 na Câmara Municipal, Mayara é a 5a na segunda fileira.

Em 2017 a escola recebeu um novo diretor, esse que escreve, que já chegou encantado pelos relatos sobre as edições anteriores. Toda a gestão atual da escola, diretor Fabio, assistentes Tereza Cristina e Alexandre Afonso e principalmente as coordenadoras pedagógicas Rosana da Costa e Juliana Quintino e nosso coordenador do grêmio escolar professor Adenilto se empenharam em viabilizar e organizar a terceira edição desse grande evento. Como tema motivador sugeri o livro Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda, que comemorou 80 anos de publicação em 2016. Assim as turmas foram divididas em 5 grandes grupos, que representavam as principais raízes culturais da nossa nação: Indígena, Africana, Europa, Ásia e Estadunidense. Todos os professores trabalharam muito, planejando atividades e organizando suas turmas.

(foto: Companhia das Letras/Divulgação)

Dessa vez, foi dada menor ênfase à competição, sendo decidido que apenas alunos com destaques nas atividades seriam premiados com medalhas. Como já havia ocorrido na edição anterior, também tivemos grande dificuldade para organizar a participação dos visitantes voluntários, palestrantes que convidamos para dialogar com os alunos: professores colegas, profissionais de outras áreas e ex-alunos desta e de outras escolas. O maior problema foi realmente a agenda, pois o tempo disponível pelos palestrantes era restrito e temos poucos recursos para poder remunerar as participações. As colaborações foram todas excelentes, mas sempre atendendo apenas partes da comunidade escolar.

Nesta edição de 2017 pudemos contar com algumas palestras notáveis

  • Nicolas, ex-aluno da escola até 2002 e atualmente estudante de direito contou como foi sua participação no projeto piloto Educom.Radio, que depois se transformou no Programa Nas Ondas do Rádio, atual Núcleo de Educomunicação. Nicolas contou que devido a essa participação foi escolhido para representar o projeto em Brasília.

Nicolas, ex-aluno da nossa escola e estudante de direito

https://www.facebook.com/emefldsobrinho/videos/2193836967299586/

  • De Caieiras veio a Banda Visual Samba Black, com vocal de Gleibson Reis. Contaram um pouco da história do samba com música.

                                        

Visual Samba Black de Caieiras com coordenadoras Juliana e Rosana e diretores Tereza e Fabio

Francine Flor do Coletivo Januárias na Janela

  • Michel Yakini, ex-aluno do professor Adenilto, membro do Sarau Elo da Corrente de Pirituba,, poeta e escritor de livros, dialogou com os alunos contando sua história, recitou poemas próprios e homenageou Solano Trindade.

Michel Yakini, escritor

Imagem do blog Elo da Corrente (editada)

  • Kaneda Mukhtar, músico, cantor e poeta, falou sobre cultura hip hop e a importância da leitura e da escrita. Kaneda e sua banda de punk rock Asfixia Social, que fez uma apresentação especial na escola no fechamento da Semana, no sábado, foram convidados pelo professor Carlos, também músico.

Kaneda recitou poemas e tocou trompete                                                        

Kaneda Mukhtar e Carlos Saffiotti

Eliana Lorieri

  • Alyson Kwabena, ex-aluno da EMEFM Antônio Alves Veríssimo e DJ, falou sobre cultura afro e citou o trabalho do artista Hugo Canuto, que interpretou os orixás com um designer pop de histórias em quadrinhos.

Alyson Kwabena ex aluno emefm antonio alves

  • Fizemos um concurso de desenhos sobre as temáticas estudadas durante a semana, e algumas das melhores artes foram grafitadas por Rodrigo Campos com ajuda de seu irmão Tiago e do funcionário Hernandez, criando um registro do evento na parede.

Grafite por Rodrigo Campos com artes dos alunos

  • Ricardo Vicente, professor de Muay Thai junto com seu aluno demonstrou um pouco dessa arte marcial e falou sobre a importância da disciplina para o esporte e para a vida.

Hernandez, coordenadora Juliana, Ricardo Vicente e Fabio

  • Nossa coordenadora Rosana fez rodas de dança circular com os alunos e no sábado também com a comunidade escolar.
  • A professora Silvania Francisca de Jesus contou histórias africanas e indígenas, contando com apoio de seu companheiro Salvador.

Silvania, Salvador e coordenadora Rosana na Sala de Leitura

  • Os alunos participaram de saraus, show de talentos e trocas de livros

Sarau

Troca de Livros, tradicional da escola todo dia 11 de agosto

Carlos Lima do Núcleo de Educomunicação

  • Cadu Fernandez, pioneiro do projeto Educom.Radio falou sobre rádio escolar e também foi responsável por localizar o ex-aluno Nicolas.

Cadu Fernandez (clique para ver trecho em vídeo)

  • Professor Marcio Silva, do projeto “Samba também se aprende na escola”, foi liberado pela gestão da EMEF Enzo Antonio Silvestrin para participar da nossa Semana do Estudante com uma oficina de percussão com alguns dos nossos alunos e no fechamento do evento a bateria tocou para o desfile das delegações.

Marcio Silva da EMEF Enzo Antonio Silvestrin

https://www.facebook.com/sambanaescola/videos/819413291556338/

  • Os grupos de estudo viraram verdadeiras delegações, que fizeram lindos desfiles tanto na abertura quanto no fechamento do evento, segunda e sexta-feira.

Desfile delegações

(imagem transmitida ao vivo. O ex-aluno Matheus fez a captação)

 Tentamos documentar ao máximo essa semana. A maioria das fotos e filmagens foram feitas pelos próprios estudantes, utilizando equipamentos da escola e estão disponíveis nesse link:             https://goo.gl/photos/G73mCohtsd1DjuHS6

Quebrar um pouco das grades escolares foi sobretudo divertido. Fascinante. A avaliação geral da comunidade escolar foi de aprovação e desejando a continuidade. Mas também foi muito cansativo. Para que se tornasse mais uma rotina, em vez de algo raro e excepcional, a escola precisa de mais recursos humanos e financeiros. Como já foi citado, há inclusive um projeto de lei para inserir a semana no calendário oficial, mas sobretudo precisamos buscar formas de continuar tendo atividades tão interessantes assim na escola em outros momentos.

 

 

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